Engraçado como todas nós de alguma forma insistimos durante a vida em seguir errando. Ou recomeçar um erro. Ou simplesmente não conseguimos colocar um fim nele. A última é, sem dúvida, a situação menos grave delas. Afinal é dificil sair de um emprego, de casa, da rotina. Não poderia ser mais faáil sair de um relacionamento, afinal isso é do ser humano. As rupturas são duras, salvo raras exceções.
O que simplesmente não dá pra compreender é como conseguimos parar, pensar, romper, dar o passo e depois de um tempo voltar. E Voltar não porque estamos morrendo sem a pessoa, porque a rotina maravilhosa faz falta, porque o que ela agregava na nossa vida é impossível de viver sem. Não. Damos o passo, já não admiramos a pessoa, sabemos que nossa vida ficou bacana sem ela, não nos sentimos sós, só estamos sozinhos em relação ao estado civil. Mas ainda assim, num determinado momento queremos voltar a tentar de alguma forma.
Inventamos trinta mil argumentos, criamos mudanças no outro, viajamos achando que vamos simplesmente conseguir aproveitar o que há de bom na pessoa e numa relação (que nunca existiu e possivelmente nem vá existir) sem envolvimento, e agora com maturidade para fazer tudo diferente. Claro que mudanças acontecem, mas demoram, e só ocorrem quando existe uma decisão forte, individual, madura, acompanhada de muito trabalho daquele indivíduo.
Minha terapeuta algum dia falou sobre a fase da idealização. Que ao que parece, pode ocorrer a qualquer momento. E pelo que tenho visto por ai, ela acontece uma, duas, dez vezes. Das mais diferentres formas. Mas o motivo é quase sempre igual: a nossa vontade de persistir e só.
Por algum motivo uma hora as feridas fecham, ficamos com o que foi bom e deletamos o que foi ruim. Logo, o outro fica perfeito, idealizado, e tudo o que queremos é de algumna forma dar mais uma chance pra história. Que bom que somos capazes de esquecer as palhaçadas e ficar com o que é bom. Isso sem dúvida é parte de ser gente boa, de bom coração, mas principalmente isso é ser legal consigo mesma. Mas por que não lembramos também, ainda que sem mágoas, de como era a rotina, como a vida era de fato, e os motivos pelos quais a decisão da separação foi tomada por um ou pelos dois lados?
Todo mundo pode tentar. Todo mundo pode querer novamente. Todo mundo pode mudar de idéia. A pergunta é: por que mesmo quando não mudamos de idéia, e sabemos que não serve (a relação e/ou a pessoa) passamos pela tal fase de idealização? Por que resolvemos em nome de alguma coisa voltar a algo que sabemos que não serve?
- Inspirado em duas grandes amigas, e em mim mesma, que não canso de fazer merda -
* Summer
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