Estávamos super cools indo num show do Nando Reis, tendo a certeza absoluta de que éramos as únicas.
Em pleno sábado a noite, óbvio, não conseguimos ingressos.
Fomos parar num desses lugares do Itaim que tem aquela fila bizarra de pessoas combinando sapato e cinto caramelo, e muitas mulheres mostrando cada um dos seus dotes, até mesmo os que não existem aparentemente. Nada como se despir dos preconceitos, entrar só porque é perto de casa, muito disposta a dar risadas e ouvir pop-rock (bem divertido, diga-se de passagem).
A história é, perdemos muito por preconceito. Perdemos de nos misturarmos com aquela famosa base da pirâmide e ver como as pessoas procuram os seus iguais. Parece arrogante, mas não é. Nós é que não éramos parte daquilo e conseguimos conhecer gente do Ipiranga, dar muitas gargalhadas e nos sentirmos protegidas da multidão de caçadores por lutadores de sumô.
Devíamos pelo menos a cada trimestre nos enfiarmos num desses lugares-roubada só pra dar ainda mais valor para o que temos, para os amigos que encontramos e para o nosso próprio universo paralelo. Mas também para valorizarmos os outros universos cheios de aeromocas e rapazes der gravata desamarrada (em pleno sábado? será que é estilo?) e vermos que todo mundo curte do mesmo jeito. E pior, todo mundo tem os mesmos objetivos.
Deli se sentiu ainda mais deli. Eu me senti ainda mais summer. E ninguém deixou de se divertir só porque aquela não era a sua turma. Mas o melhor é entrar no facebook e perceber que aquele mocinho super cool também postou fotos deste mesmo lugar, achando bacana. Erradas estamos nós que vivemos no nosso mundinho de publicitários-cineastas-descolados e perdemos várias chances de conhecer gente bacana só porque não faz trinta e cinco sobreposições de camisteas cinzas laranjas e roxas.
Valeu muito, mais uma experiência antropológica pra lembrar um dia e rir.
* Summer
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