quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Antes tarde do que nunca

A vida faz umas coisas engraçadas conosco.
Acordei ontem com uma crise de consciência daquelas que não tinha há tempos. Tipo porre fenomenal, com stress, numa mesa de teatro onde as pessoas estavam todas sóbrias. Com queda nas escadas, roxos pelas pernas, discussão que eu nem lembro o motivo.
Pior, deixei o carro no Vallet parking e fui embora de táxi (menos mal). Passei o dia atrás do carro, e ninguém achava. Pensamos que havia sido roubado e estava a ponto de acionar o seguro quando descobri que uma amiga trouxe para o trabalho e ele esteve o tempo todo aqui no estacionamento do meu lado.
Por um momento tinha acabado mal uma história que nem começou, fiz papelão na frente de várias pessoas do trabalho e ainda por pura viagem minha, não tinha mais carro. Tipo, muita vergonha de mim mesma. E nenhuma auto-piedade. Ódio total.
Mas tudo isso ficou pra trás com o aparecimento do carro, com as risadas que dei, e pedindo ajuda pro alvo do meu desconforto máximo. No final das contas o mundo caiu e se reergueu em minutos. Em compensação provei o gostinho de ter feito muita merda numa bebedeira, me arrepender e me odiar imensamente.
Essa foi pior do que as outras, porque me dei conta de todas, uma a uma, e do quanto tudo isso é arriscado. E bobo, afinal não tenho 15 anos, não freqüento a facul, e nem estou estudando para o vestibular. E mais, nessas horas sempre faço e digo coisas que não sinto de fato e me transformo numa péssima atriz de novela mexicana que definitivamente não dá pra admirar. No máximo rir, e não porque é engraçado, mas porque é trágico.
Got it. Entendi total a mensagem a divina.
Nesses meus meses de solteira, os primeiros da vida, fui feliz. Exagerei muito, milhares de vezes. Me envergonhei algumas delas, mas outras tantas dei risadas e claro, agora são historias pra contar. Mas é hora de olhar pra traz e buscar o equilíbrio, encontrar outras formas de diversão, com mais maturidade e um pouco menos de quebradeira. Afinal não dá pra viver se arrependendo, ou se questionando. Se arrepender é forte demais. Mas sem dúvida o pior mesmo é ter de tentar pedir desculpas para mim mesma. E não tem como, porque pra mim não consigo encontrar argumentos, não dá pra me convencer de nada que não seja a pura (e crua) verdade.
Agora, olhando pra tudo, agradeço cada um dois sustos de ontem.
Time to wake-up.

- Gracias, Adelaide. Você também me fez acordar -

* Summer

Nenhum comentário: