Li esses tempos um artigo que falava sobre separações. E dizia que todas as vezes as quais nos separamos de alguém, nos separamos de todas as outras pessoas que deixamos pra trás, de todas as relações anteriores. Estava pensando sobre as últimas histórias que vi (e vivi) e apesar de muito diferentes umas das outras, sempre existe uma sensação de pertencer, de dar satisfações, e de muitas obrigações. Óbvio, afinal o fato de darmos um nome a relação, possivelmente traga consigo deveres e obrigações.
Mas não precisa ser assim. Por outro lado, também lembrei de uma história no México que foi diferente de todas as outras. Não porque foi mais forte, mais intensa ou melhor. Porque a sensação de liberdade absoluta foi diferente de tudo.
As duas pessoas estavam comprometidas com outras duas de outros países. E por isso, acabaram vivendo só aquele momento, ali, naquele agora. Elas pensavam no amanhã, mas sem sofrimento, sem cobranças, com leveza. Eram só planos, que não necessariamente precisavam dar certo.
Conheço uma das duas pessoas e foi a primeira vez que convivi com ela tendo uma relação realmente leve, vivendo um dia de cada vez. Parecia ser porque o peso da relação estava no namoro, ainda que a distância. E esta era outra história, não aquela, que estava sendo vivida ali.
Esta historinha breve, com um mexicano, consistia em levantar todos os dias e se perguntar se hoje era um dia bom para os dois se encontrarem. Isso poderia ter durado um mês, que era o tempo pré-determinado. Durou oito, e até o ultimo foi assim, quando os dois se despediram e voltaram para as suas vidas.
Não entendo muito bem porque numa situação normal, de namoro, ou casamento, não podemos ter essa mesma leveza.
Gostaria de simplesmente pegar emprestada a sensação de que o compromisso está lá longe e que todas as histórias que vivemos podem só ter a convivência, o olhar e a atitude de quem faz o que quer, quando quer e porque realmente quer. Com a sinceridade e a transparência de quem não tem o compromisso, mas só tem alguém que pode fazer parte da nossa vida quando estivermos a fim. E vice-versa. E isso não significa não fazer a vontade do outro, ou não ficar junto até cansar. Significa encarar cada dia como uma escolha, que pode ser leve e sincera. Onde damos ao outro o que realmente queremos, e ele também nos dá realmente só o que tem vontade e quando tem. Será que essa não é uma forma de manter todos os momentos prazerosos? Ou é muita viagem?
* Summer
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário